quinta-feira, 5 de junho de 2014

Resenha: Como Água para Chocolate




Título: Como Água para Chocolate
Autor(a): Laura Esquivel
Editora: Record



Quando o vi na estante da biblioteca admirei seu título, mas quando fui folheá-lo logo me desinteressei achando que era um livro de receita, portanto é necessário saber que cada capítulo deste livro começa com uma receita.
Então não! Não, esse não é um livro de receitas, apesar de que a história está toda entrelaçada entre sabores e cheiros de cozinha. É um livro de amor, drama, tradição familiar, dor, lágrimas e a história de Tita, uma mulher que é proibida de casar por causa de uma tradição familiar para cuidar da mãe e a mãe, no caso, é uma mulher amarga, fria, inflexível, ou seja, aquela personagem que você quer matar o livro todo, não precisa nem sofrer, basta morrer para deixar a mocinha em paz.
"No entanto, Tita não estava conformada. Uma grande quantidade de dúvidas e inquietudes acudiam a sua mente. Por exemplo, gostaria de saber quem tinha iniciado essa tradição familiar. Seria bom que ela pudesse fazer essa engenhosa pessoa saber que seu plano perfeito para assegurar a velhice das mulheres tinha uma ligeira falha. Se Tita não podia casar-se nem ter filhos, quem cuidaria dela então quando chegasse a sua vez de ficar velha? Qual seria a solução acertada nesses casos? Ou não se esperava que as filhas que ficavam cuidando de suas mães sobrevivessem muito tempo depois do falecimento de suas progenitoras? E onde ficavam as mulheres que não podiam casar-se e ter filhos, quem se encarregaria de atendê-las? E mais ainda, queria saber quais foram as investigações levadas a cabo para concluir que a filha mais nova era a mais indicada para velar por sua mãe e não a mais velha? Alguma vez se havia levado em conta a opinião das filhas afetadas? Se não podiam casar, ao menos lhe seia permitido conhecer o amor? Ou nem sequer isso?"
O desenrolar dessa história de amor recheada de romance,  lágrimas, receitas e secredos culinários prende de tal forma o leitor que se torna quase impossível larga o livro até tê-lo acabado. Torcemos pelos personagens, nos compadecemos com as angústias e tentativas de Tita de escapar de seu "destino", e desejamos imensamente poder provar cada um dos pratos por ela preparados. A maneira magistral com que a autora une as receitas com a história, dissolvendo uma na outra de maneira a não poder separa-las. como se cada acontecimento daquela casa, cada sentimento que circundasse a cozinha fosse parte importante da receita.
Tita foi criada na cozinha em meio às panelas aos cuidados de Nacha, a cozinheira, o que fez com que fosse menos próxima da mãe. Não que o que fosse acontecer tivesse a ver com isso, ser distante não era algo que parecia afetar nenhuma das partes. Levavam uma vida normal, Mamãe Elena como a patroa, Tita como a ajudante de cozinha.
Rosaura, irmã mais velha acaba sendo dada em casamento a Pedro, que é apaixonado por Tita e correspondido.No decorrer de cada capítulo/receita a estória é desenrolada, é uma narrativa envolvente e muito bem desenvolvida, não há uma ordem cronológica acertada, o tempo passar muito rápido, passam-se anos em poucas páginas.  
O livro tem uns exageros artísticos, algo de surreal, mas que o torna mais interessante ainda, como a cena do almoço de casamento que faz com que todos passem mal ou quando Gertrudes_irmã de Tita_ consegue incendiar o banheiro e fugir de casa nua tudo por causa da ingestão de um prato feito por Tita, a base de rosas (e sangue). 





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