sexta-feira, 25 de abril de 2014

Resenha: A Sombra do Vento.


Título: A Sombra do Vento;
Autor: Carlos Ruiz Zafón;

É um livro de mistério, que nos envolve em sua narrativa até a sua solução.

Daniel Sempere é o personagem principal, acompanhamos a sua vida à partir dos 11 anos, quando ele acorda no meio da noite e percebe que não se lembra mais do rosto de sua mãe que morreu.

Nessa noite, seu pai o leva até um local secreto chamado: O cemitério dos livros esquecidos”, lá A Sombra do Vento é o livro que mais lhe chama a atenção no meio de milhares que se encontram em estantes na penumbra.

Após ‘engolir’ o livro em uma só noite, Daniel quer saber tudo sobre a vida de Julián Carax (autor de A Sombra do Vento) quer saber de outros títulos dele, e é ai que Daniel começa a descobrir que todos os livros de Carax foram queimados e ninguém sabe ao certo o paradeiro do autor, alguns acham até que está morto.

Daniel na sua busca por Julián Carax e do porque alguém queimaria seus livros, topa em vários personagens que lhe ajudam tanto em seu crescimento pessoal, como a solucionar esse quebra-cabeças de intrigas e amores que tem como pano de fundo a cidade de Barcelona.

Há momentos em que você precisa parar para conseguir assimilar direitinho aquilo que foi dito, porque no decorrer que as coisas vão se esclarecendo, ficamos chocados com certas revelações, fatos monstruosos acontecem, segredos sujos de família são revelados e acertos de contas ao final da trama.


Quando Julián finalmente toma coragem de ‘lavar sua roupa suja’, Daniel Sempere consegue continuar sua vida, se casando, tendo um filho e toma conta da livraria que ganhou de herança.  

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Resenha: A Festa


Título: A Festa
Autor: Ivan Ângelo
Editora: Geração Editorial

A dinâmica do livro é a de vários contos que aparentemente não possuem relação nenhuma entre si, mas no final, fazem parte da mesma história. O contexto é o Brasil dos anos 70, quando havia uma verdadeira caça aos comunistas e esta caça acabava sobrando para qualquer cidadão que se mostre um pouco suspeito. A obsessão é coletiva.
O primeiro conto é um anexo dos recortes de jornais e de documentos sobre um acontecido em Belo Horizonte, no caso, um grupo de nordestinos se dispersou após incêndio no trem que os levaria de volta para o nordeste. Nas notícias, aparece a figura de um suposto líder, Marcionílio, e que o mesmo supostamente já teria tido envolvimento com o cangaço.
No decorrer do livro aparecerão casos aleatórios, como o de Andréa, uma mulher muito bonita e fútil que acaba se envolvendo com o artista Roberto, na festa de noivado é exposto que o mesmo é homossexual e o relacionamento era apenas uma fachada. Também tem o casal Candinho e Juliana, que quando jovens fizeram um acordo de morrerem juntos antes de chegarem a velhice, o tempo chegou, mas Juliana não quer morrer, isso será motivo para os consecutivos ataques do marido. Carlos, um estudante de Economia que estava presente na hora do incêndio é preso e acusado de ser comunista. Samuel é um repórter que foi mandado para cobrir o evento, mas acabou sendo morto. Ataíde deu uma entrevista para Samuel denunciando a covardia do estado para com os retirantes, o mesmo acaba sendo preso, torturado, chantageado.

Forte como a cena negra da ditadura militar no Brasil, mas ao mesmo tempo simples e de fácil compreensão como é característica do escritor Ivan Ângelo, a obra traz as reflexões da intensa geração do século XX. Não é preciso ser um cientista político ou um intelectual para sentir revolta perante a covardia, injustiça e o que quer que fira os direitos humanos. 

quarta-feira, 9 de abril de 2014

Resenha: A Estrutura da Bolha de Sabão




                             
                             Título: A Estrutura da Bolha de Sabão
                             Autora: Lygia Fagundes Telles
Editora: Rocco

A mágoa entre uma mãe e uma filha, um homem que questiona o amigo sobre a misteriosa noite passada, a angústia de uma menina que descobre ser metade judia no alvorecer da segunda guerra, um rapaz de vinte anos que almejava a independência mais que tudo, a dançarina de aluguel que brincava de caçar vaga-lumes, a provocativa luxúria antes de uma missa, um cara que pinta natureza-morta e foge do sistema, o desejo interrompido e um ensaio sobre física.
Este livro é a reunião de oito contos da escritora que foram publicados antes dos anos 70 (com a exceção do conto que dá nome ao livro e que foi escrito em 1973). Alguns personagens não dão muita ideia de onde vieram, nem para onde vão. Outros, que já são a própria dor, têm o poder de envolver o leitor a ponto de também deixa-lo na carne viva.

Para Falar de Alguns...
Em A Medalha, Adriana chega em casa muito tarde na véspera do seu casamento e isso renderia mais uma odiosa discussão com sua mãe. As duas vivem sozinhas e trocam farpas o tempo todo. Dar a medalha para que a filha use no casamento foi o último gesto de misericórdia da mãe.
O conto A Confissão de Leontina revela que a menina pobre do interior tem sim uma subjetividade e não apenas vegeta como requer o estereótipo de mais um dos tipos excluídos da fatia importante da sociedade:
Entendi muito bem o que ele quis dizer e tive tanto desgosto que nem sei como pude calar a boca. Acho que não sou mesmo muito esperta mas sei rir e sei chorar. Está visto que não é retardada coisa nenhuma quem sabe rir e chorar na hora certa como eu sei.
No A Estrutura da Bolha de Sabão, um físico que estuda a estrutura das bolhas de sabão tem um caso com uma moça, que ele apresenta à sua mulher como amiga. O narrador-personagem é a amiga que descreve, com aquele olhar detalhado que toda mulher tem, as crises de ciúme da rival.

Lygia Fagundes Telles faz com um toque de delicadeza, o desenho de pessoas que são dominadas por suas inseguranças, desejos, impulsos e amarguras. Uma caricatura do pequeno perverso que há em cada um de nós. Não é uma violência por esporte, mas que faz o leitor se encontrar com o que há de mais miserável e frágil em si. 

sexta-feira, 4 de abril de 2014

Resenha: O Restaurante no Fim do Universo.


Título: O Restaurante no Fim do Universo.
Autor: Douglas Adams.


Ontem acabei de ler o segundo livro da série O Guia do Mochileiro das galáxias, ele é um livro cheio de críticas sobre a nossa sociedade e questionamentos sobre a criação da Terra, muitas idas e vindas no tempo e muitas buscas por respostas fundamentais a vida, o universo e tudo o mais.

O Restaurante no Fim do Universo é realmente um restaurante onde os cidadãos do universo podem ir assistir a destruição da Terra enquanto comem e bebem alegremente e depois voltam para casa, contam ainda com um simpático animador que faz isso todas as noites, se é que a noite existe, pois o lugar é protegido por um campo de força.

“(...) acho realmente fantástico, vir aqui e assistir ao fim de tudo, e então retornar para casa, para suas próprias eras... e construir famílias, lutar por novas e melhores sociedades, combater em guerras terríveis em nome do que vocês acham certo... isso realmente nos trás esperança no futuro de todos os viventes. A não ser, é claro pelo fato de sabermos que não haverá futuro algum.”

 Onde um imenso animal leiteiro aproxima-se da mesa e se oferece como prato do dia e ainda ressalta que é melhor um animal que quisesse ser comido – como é o caso dele – do que um sem querer
.
Ao saírem do restaurante Arthur, Ford, Zaphod, Trillian e Marvim roubam uma nave, só que depois descobrem que ela está programada para se chocar com o sol, esse número faz parte de um concerto musical, então eles tentam desesperadamente sair de lá.

Quando conseguem, Marvim fica, e Zaphod e Trillian voltam para sua nave Coração de Ouro e Arthur e Ford caem em outra nave que descobrem estar a 2 mil anos no passado e que está destinada a cai em algum planeta inabitado para começar uma nova civilização.

Ao chegar lá, Ford descreve o planeta como o lugar mais bonito que ele já tinha ido e olha que ele já tinha estado em muitos. “Uma quietude maravilhosa estendia-se sobre o mundo, uma calma mágica que combinava com as doces fragrâncias dos bosques, os insetos criqueteando e a luz brilhante das estrelas para aliviar seus espíritos agitados”.

Eles se separaram da tripulação e foram fazer um reconhecimento do lugar, passaram semanas viajando, até que encontraram um território de montanhas cobertas de neve, escalaram-nas até que Ford vê algo escrito no gelo, e ao mostrar a Arthur que levou um tempo para conseguir ver o que era ele finamente viu.

Este planeta habitado por nativos que estavam morrendo com a chegada desses novos habitantes era o planeta Terra há 2 mil anos atrás e Arthur ficou muito desanimado ao perceber que seus antepassados eram uns boçais que só ligavam para eles mesmos e que destruíam o que a natureza tinha a oferecer.


É muita coisa pra contar sobre esse livro, é preciso ter muita imaginação pra ir até o Universo e atenção pra não perder o fio da história, porque é muita viajem esse livro, com reviravoltas chocantes, mas quando se começa ler ele, o difícil é soltar.