terça-feira, 22 de julho de 2014

Resenha: O Grande Gatsby




Título: O Grande Gatsby
Autor: Jean Scott Fitzgerald

A narrativa não contém grandes reflexões sobre a vida, não causa crises existenciais, mas também não passa de forma banal através do leitor. Ao contrário do que é comum em grandes clássicos da literatura mundial – até mesmo as do próprio Fitzgerald – esta obra não é muito complexa, mas sua simplicidade é bem peculiar, pois nela a própria estória faz o trabalho de brilhantes aforismos e os próprios acontecimentos substituem as grandes máximas.
O narrador-personagem Nick Carraway que sonhava em ser escritor, acaba de encontrar um novo emprego como vendedor de títulos em Nova York. Visita com frequência a sua prima Dayse que é casada com o rico Tom Buchanan e em uma dessas visitas conhecerá a jovem golfista Jordan Baker.
Nick começa a observar o seu vizinho, Jay Gatsby, um rico aristocrata que todos os finais de semana dá festas extravagantes em sua luxuosa mansão. Pelo visto, toda a elite de Nova York é atraída para estas festas em seus conversíveis do ano. A bebida, o cigarro, o sexo e o luxo são a lei desta geração americana.
Um dia, chega para o escritor frustrado um convite formal para que ele comparecesse em uma das festas explosivas, assinado pelo pomposo vizinho. Chegando à festa, Nick descobre que o dono da casa é um sujeito discreto e que muitos dos convidados nunca chegaram a conhecê-lo pessoalmente. As pessoas só estão ali pela música, bebida e diversão.
Gatsby, enfiim, aparece para seu vizinho, mas vem com muitas surpresas. Com seu jeito simpático chamando a todos de “meu velho”, logo ganha a admiração de Nick. Depois de alguns dias, descobre-se o interesse do aristocrata em dar tantas festas e em se aproximar do humilde vendedor de títulos. O pomposo senhor havia sido na juventude, namorado da prima de Nick, mas o amor dos dois foi interrompido, pois ele era pobre e foi obrigado a lutar na guerra. Durante a guerra, Dayse conheceu Tom e os dois casaram-se. Agora, o pedido de Gatsby é que seu amigo convide a prima para um chá, onde os dois finalmente se reencontrarão.
Depois deste chá, muitos gins e cigarros ainda vão acompanhar os personagens em emoções tão arrebatadoras que levarão até a certos crimes. A única coisa que permanecerá, apesar de tudo, é a lealdade de um amigo que não é um cão, mas foi fiel até o último momento. Deixo-vos com sua descrição do sorriso daquele que ele nomeou como “O Grande Gatsby”:

Sorriu compreensivamente – muito mais do que compreensivamente. Era um desses sorrisos raros que têm em si algo de segurança eterna, um desses sorrisos com que a gente talvez depare quatro ou cinco vezes na vida. Um sorriso que, por um momento, encarava – ou parecia encarar – todo o mundo eterno, e que depois se concentrava na gente com irresistível expressão de parcialidade a nosso favor. Um sorriso que compreendia a gente até o ponto em que a gente queria ser compreendido, que acreditava na gente como a gente gostaria de acreditar, assegurando-nos que tinha da gente exatamente a impressão que a gente, na melhor das hipóteses, esperava causar.

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