quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Resenha: Dôra, Doralina

     

                                                 

       Título: Dôra, Doralina
       Autor(a): Rachel de Queiroz

     "E nem chorar eu podia, chorar alivia muito, é o consolo do aflito, mas a mim só me chegava um engasgo na garganta e a agonia da insônia."    pág.115

     A história se passa entre o sertão cearense e o Rio de Janeiro, com passagem pelo interior do país.
       No inicio as vozes centrais estão em Senhora e em Belmiro mais do que na própria Doralina.  Dôra é uma personagem marcada pela dor. Perde o pai muito criança e é criada pela mãe - uma mulher dominadora, seca, que em vez do amor de mãe lhe oferece frieza. Elas não se amam, mal se suportam numa competitividade pouco natural. Dôra talvez desejasse ter a força da mãe; ela a admira, acha-a robusta, rosada, enquanto se sente "um fiapo de gente" e tem, em casa, a posição de uma hóspede
.
       Do outro lado, Senhora, quem sabe, desejasse a juventude da filha; não queria dividir com ela sequer as recordações do marido. Firmava-se numa postura de superioridade como se Dôra, por ser a mais nova e igualmente dona da fazenda, ameaçasse a sua posição. Já Belmiro é um fugitivo que encontra em Doralina uma protetora, que com o tempo e a reclusão que se impôs por conta própria, vai se tornando cada vez mais estranhos,até parar de falar. Ela se casa com Laurindo, que como dizem as más línguas de Aroeiras, mais por conveniência do que qualquer outra coisa. Após a morte do marido Doralina se muda para Fortaleza. 

       Onde Doralina conhece a Campanhia de Teatro do Seu Brandini de quem logo fica amiga e vai trabalhar fazendo a mocinha das peças. Na Companhia ela acaba viajando e conhecendo uma boa parte do Brasil e "o Comandante".  

      Eles se apaixonam e com a Guerra, seu Brandini tem que parar a companhia que nunca ia bem nas finanças [coisas de teatro, sempre com um pé atrás?]. Com isso ela e o comandante vão morar no Rio. Lá ele começa a contra badiar produtos importados bastante em falta por causa da guerra. Quando ele morre e também a mãe acaba se sentindo livre novamente para voltar para  a Aroeiras, como uma "nova" senhora. 

      Doralina não foi uma personagem que me chamou a atenção, me prendi muito mais a Senhora do que a ela. Não consegui apesar de tudo imaginar que ela era realmente má, no fundo devia ter algo de bom, devia mesmo amar a filha de verdade só que não sabia demonstrar.Mas que como Dôra não descobriu, também não nós tinha sido mostrado. Até o final do livro acreditei mesmo que a Senhora era boa, porém, fria. Só consegui me dá conta que ela não amava realmente a filha naquele diário, com as contas da fazenda.

Nenhum comentário:

Postar um comentário