quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Resenha: O Verão Antes da Queda

           





               Autor(a): Doris Lessing
               Editora: Record/Altaya
               Ano: 1973
                      
      Só peguei esse livro porque é um capa azul, tava querendo ler e um capa azul deveria servir. Comecei a ler sem colocar muita fé na história, mas é verdade que sempre quando pego um livro tenho essa sensação de repulsa inicial.
      A história tem como base os pensamentos de Kate, que repensa a vida de casada, mãe e dona de casa, que entra tipo numa crise de meia-idade.
      Na primeira metade do livro, a narrativa é desenvolvida em meio aos pensamentos dela, em um plano eu diria até mesmo secundário.
      Kate esbanja simpátias por onde passa, anos de treinamento como matriarca de uma família tradicional inglesa e agora não sabia como parar - máquina de simpátias - como as aeromoças.
      Desde o inicio do livro até o fim não consegui imaginar qual seria o final. De que modo Kate chegaria a seu "final feliz", afinal era isso que ela queria mesmo, um final feliz? Não era disso que estava cheia?
      O que ela queria mesmo era fugir desse mar de simpátias que fazia dela a Sra. Kate Brown, queria perceber-se ainda sexy e atraente, em que os seus 25 anos de casada a haviam transformado?
      Doris retrata o casamento de uma forma perjorativa, infeliz. Como se todos estivessem realmente destinados aquilo.
      Kate consegue um trabalho como tradutora dos conferencistas da Alimentação Mundial, depois "arranja" um caso com um homem mais novo, viaja para a Espanha, isso sem paixão alguma, auto-afirmação. Lá, ele logo fica doente e Kate luta para não o tratar como a um de seus filhos. Quando também fica doente, decide finalmente retornar a Inglaterra nessa época está amarela, magra e com cabelos brancos. É nessa época que tem a maior crise, começa a "indoidar", agora pensando deve ter sido isso que aconteceu quando eu fechei a última página do livro, ela indoidou (conclusões minhas).
       No final, eu esperava que surgisse uma nota grave -  esse livro me lembra uma grande melodia -  mas não foi como se o som fosse se esgueirando até sumir. Foi como se o climax não tivesse acontecido nunca, eu tava pronta para a qualquer momento ele acontecer. Era disso que eu sentia falta de poder aplaudir de pé após a grande nota. Mas ela não surgiu.
      

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